GEPE - Grupos de Entreajuda na Procura de Emprego

O entrevistador não vai querer uma resposta do tipo "porque é um emprego seguro e uma carreira para a vida". Os bancos são hoje ambientes de mudanças rápidas e muito competitivos. São também atmosferas muito comerciais e com cada vez mais tecnologia. Os bancos oferecem várias hipóteses de carreira, não só na banca de retalho mas também nos serviços financeiros, na consultoria e na banca corporativa. O perfil das pessoas que um banco recruta é o de alguém com grande flexibilidade de se adaptar à mudança e criatividade para explorar novos nichos de mercado. Também é preciso ser um "faz-tudo" que aprecia os benefícios das novas tecnologias.

A resposta óbvia será que sim: em empregos que estejam no âmbito da área financeira, tais como seguros, contabilidade e auditoria. Mas é também possível referires outras áreas, como vendas e marketing, desde que as competências pedidas sejam semelhantes às da banca. Cada vez mais as competências de um bancário são semelhantes às de um gestor, porque os bancos expandem os seus serviços a empresas e instituições - e às vezes acabam mesmo por geri-las à distância!

O entrevistador está à procura de evidências de que sabes bem quais são os teus interesses, competências e conhecimentos quando decides escolher uma carreira na banca. E procura também saber qual é o teu compromisso pessoal com este tipo de carreira profissional.

Uma carreira na banca pede invariavelmente formação profissional mais ou menos intensiva. Essa formação pode não ser difícil mas exigirá tempo e disponibilidade em períodos para além do horário de trabalho – em geral noites e fins-de-semana. Deves informar-te acerca das oportunidades de qualificação que esse banco proporciona, não sou na área da banca mas também em marketing, gestão de pessoal e contabilidade. É importante organizares um plano de estudos para não ficares para trás em alturas de "pico" de trabalho. Os entrevistadores querem saber se terás a capacidade de gerir formação com trabalho.

Tacto e diplomacia são qualidades importantes na área bancária – porque o cliente tem (quase!) sempre razão. Podes ter de dizer diplomaticamente a um cliente titular de uma conta as razões porque não pode contrair um empréstimo, sem que ele queira de imediato mudar a sua conta para outro banco! E haverão outras situações em que porás à prova as tuas competências de resolução de problemas, liderança e tomada de decisão. Para responderes a este tipo de perguntas, considera o que fizeste nos últimos cinco anos – na escola, universidade, clubes, viagens, férias, projectos, etc – e tenta identificar situações em que tiveste de demonstrar essas qualidades diplomáticas. Pensa nisto antes da entrevista e expõem-no também por escrito no formulário de candidatura.

Os bancos em geral esperam que os seus empregados circulem por vários balcões e funções, sobretudo nos primeiros anos de carreira. Isto para que conheças a fundo o trabalho do banco e aprendas com situações diversas em lugares diferentes. Normalmente a mobilidade é de âmbito regional e não nacional. Claro que, a partir de um certo grau na carreira, a mobilidade diminui à medida também que aumentam as responsabilidades e é necessária uma maior continuidade. Mas nos primeiros anos conta com este aspecto, até mesmo para seres promovido e cresceres profissionalmente.

O entrevistador espera que tenhas feito a tua investigação antes da entrevista. Deves estar familiarizado com os produtos e serviços do banco: em quase todos os balcões encontrarás literatura sobre eles. É importante também consultar os relatórios anuais do banco, que hoje em dia são de fácil acesso na internet e em gabinetes de saídas profissionais. Está também atento às tendências mais recentes da área financeira, consultando jornais como o Diário Económico, o Jornal de Negócios e outras publicações acessíveis em formato de papel e online.

Questões deste tipo são um teste aos teus conhecimentos e interesses financeiros. Perguntas semelhantes são "o que pensa do último orçamento de estado?" ou "qual é a sua posição em relação a Portugal ficar ou sair do euro?". Para responderes a este tipo de questões tens de ler regularmente um jornal financeiro como por exemplo o Diário Económico. O entrevistador não estará à espera de uma resposta perfeita recheada de argumentos imbatíveis. É aceitável qualquer resposta lógica que demonstre interesse e algum conhecimento deste tipo de "macro" assuntos. Se não sabes mesmo nada acerca do assunto é melhor dizê-lo honestamente, e acrescentares alguns aspectos gerais lógicos e racionais sobre o tema. Por vezes o entrevistador pode fazer de "advogado do diabo" e assumir uma posição contrária à tua para saber até onde consegues argumentar e defender o teu ponto de vista.

Aí está uma oportunidade de brilhares! Isto caso estejas à vontade com a situação económica e legislativa que afecta a banca: falando com pessoas sobre aquele banco, lendo brochuras, revistas, websites e jornais de negócios. Podes falar sobre a crise do crédito, banca online e segurança, efeitos da tecnologia – por exemplo serviços financeiros online – competição e serviços financeiros europeus integrados; podes ainda referir-te às ofertas de emprego na banca, assuntos da actualidade financeira, necessidades emergentes, tendências, etc. Existem diversos sites de fácil consulta com informação sobre os diferentes bancos que actuam em Portugal e no mundo.

Neste caso deves ter algumas questões preparadas para colocar ao entrevistador. Isso demonstrará entusiasmo, motivação e também que tens o perfil confiante e inquiridor adequado para o sucesso na banca. As melhores perguntas são aquelas das quais realmente queres saber a resposta e não aquelas mais óbvias que estão nos livros e brochuras. Se investigares sobre o banco empregador irão naturalmente emergir questões pertinentes. Deves colocar perguntas que demonstrem interesse no emprego em causa e não nas compensações. Perguntas sobre formação e valorização profissional são melhores do que perguntas sobre o ordenado e pagamento de despesas!